O que meu corpo e minha alma estão me pedindo neste momento?

Pare. Respire. Feche os olhos por um instante e escute. Não a voz que exige ou critica, mas o sussurro silencioso do seu corpo e da sua alma. Eles têm falas sutis, muitas vezes escondidas pelo barulho do dia a dia, mas quando você aprende a ouvir, revelam verdades profundas.

Seu corpo pode estar pedindo descanso. Não aquele descanso superficial, deitar por cinco minutos no sofá enquanto a mente continua correndo. Ele pede pausa de verdade: alongamento que desperta a energia, um banho quente que aquece não só a pele, mas também o coração, ou uma noite de sono tranquila que permita que cada célula se regenere. Talvez ele esteja pedindo alimento que nutra, não apenas sacie; cores, sabores e texturas que tragam vitalidade, leveza e prazer. Ou um movimento gentil, uma caminhada na natureza, a sensação da terra sob os pés, do vento no rosto, do sol acariciando a pele.

Sua alma, por sua vez, fala com outra linguagem. Ela pede atenção às suas emoções, àquilo que você sente sem querer admitir. Talvez peça perdão, por situações que pesam como correntes invisíveis. Talvez peça coragem, para enfrentar um medo que você vinha adiando. Ou apenas peça silêncio, para que você possa ouvir a própria voz, aquela que sussurra seus sonhos, desejos e verdadeiros anseios.

Neste momento, o que sua alma mais deseja pode ser conexão. Conexão consigo mesma, com aquilo que você realmente é, com a essência que não precisa se explicar ou se justificar. Pode ser conexão com a beleza da vida que ainda pulsa em cada instante, mesmo nas pequenas coisas: o cheiro da chuva, o calor do sol, o riso sincero de alguém querido, o sabor doce de um alimento que desperta memórias afetivas.

Escutar o corpo e a alma é um ato de coragem e amor próprio. É reconhecer que você é um ser integral, onde mente, corpo e espírito se encontram. É perceber que não há pressa, nem necessidade de resolver tudo agora. Que o simples fato de sentir, de observar, de respirar profundamente, já é um passo rumo à cura, à paz e à clareza.

Então, pergunte a si mesma: “O que meu corpo está me pedindo agora? O que minha alma deseja que eu veja, sinta, libere ou acolha?” E, sem pressa, permita-se responder. Talvez com água, comida, sono, movimento. Talvez com silêncio, escrita, oração, música ou abraço. Talvez apenas com presença — com você mesma, inteira, vulnerável e, acima de tudo, viva.

Escutar-se é o início de qualquer transformação. Porque quando o corpo e a alma falam, o coração finalmente entende.